Autor: Edson Amorim
Nos
versos deste Cordel
Vou
falar da corrupção
Que
assalta o Brasil
Nossa
querida Nação
Os
ladrões são políticos
Desde
o primeiro escalão
Já
virou sem-vergonhice
Na
grana meter a mão
Antes
se roubava pouco
Hoje
se rouba bilhão
E
o nosso parlamento
Virou
escola de ladrão
A
coisa tá tão descarada
Por
conta da impunidade
E
os projetos sociais
Depende
da oportunidade
Se
vai embolsar uma parte
Esse
tem prioridade
E
a cara fala mansinho
Dizendo
não sei de nada
Mente,
mente e inventa
Com
a cara deslavada
Instruído
pelo advogado
Cada
palavra falada
E
depondo na justiça
O
politiqueiro nega
Mesmo
ante das provas
Que
o processo carrega
O
Juiz faz vista grossa
Porque
a justiça é “cega”
E
se o politico tá preso
O
Juiz manda soltar
Atendendo
o advogado
Que
pediu pra revogar
E
vai pra casa o sujeito
Em
prisão domiciliar
Junto
com os comparsas
Ele
ri dos brasileiros
Na
sua casa, numa boa
Faz
festa com seu dinheiro
E
viaja pra onde quer
Pros
confins do estrangeiro
Em
casa tomando whisky
Vai
tramando mais “bocadas”
Num
telefonema e outro
A
grana fácil é acertada
É
mesmo uma quadrilha
De
pessoas desonradas
A
justiça tem dois pesos
E
também duas medidas
Se
a pessoa ladra é rica
Sempre
é favorecida
Se
o réu é pobre ladrão
Fica
preso o resto da vida
E
em outras palavras
O
réu hoje processado
Tem
especial tratamento
Se
ele é endinheirado
E
pra cadeia não vai
Pois
tem bom advogado
Há
dias a mídia divulga
O
roubo na Petrobras
Que
um caqueta da corja
Denunciou
mês atrás
Um
“assalto” milionário
Que
igual não vi jamais
Acho
que o cara enjoou
Ou
se viu arrependido
Não
sei se foi traidor
Ou
um bonzinho bandido
Pois
os milhões que roubou
Por
ele foi devolvido
Com
a justiça acordou
A
tal “delação premiada”
Pra
livrar as “costas” dele
E
a “verdade” ser falada
Nem
sei se o cara é “réu”
Ou
“língua” recompensada
E
aquele que não gostava
Por
ter “acordo” quebrado
Foi
logo ele entregando
Da
Câmara e do Senado
Só
o Lula e a Presidenta
Foi
por ele acobertado
Outros
tantos petistas
E
de outros partidos
Denunciou
a ladroada
Pelos
dólares divididos
E
acharam entre paredes
Os
pacotes escondidos
Na praticada corrupção
Muito dinheiro é roubado
De Real muda pra Dólar
E o “sujo” dinheiro é lavado
Cruza as nossas divisas
E no exterior é depositado
Toda grana desviada
E só a justiça querer
Rastrear o seu roteiro
Pois ela tem esse poder
E o esperto pilantroso
Algemá-lo e prender
Parte é gasto facilmente
Por jogos são consumidos
E também caros presentes
Pra amantes oferecidos
Parte se compra imóveis
Por preços nem discutidos
E
o povo é quem paga a conta
Pois
impostos são inventados
Há
aumento do combustível
E
os juros são majorados
E
sem pena do pobre
Pelo
planalto é promulgado
É
o meter a mão no bolso
Dos
miseráveis coitados
Dão
um aumento de salário
Depois
tiram dobrado
É
o pobre sempre pobre
E
o rico de bolso estufado
E
essas ações impensadas
Pra
cobrir rombos abertos
A
inflação cresce e acelera
E
os índices são encobertos
Se
divulga o que interessa
E
camuflam os dados certos
Se
um pobre vai preso
Na
cadeia é humilhado
Sem
dignidade nenhuma
Pela
polícia é castigado
E
pra se defender do crime
Seus
direitos são negados
Se
prende ladrão de galinha
Que
rouba pra matar a fome
Na
prisão ele é jogado
E
na angustia se consome
Pois
advogado não tem
Nem
grana e nem sobrenome
Na
cela que é pra dez
Tem
cem ali trancados
Num
espaço fedorento
Quente
e não ventilado
E
dormem no chão frio
Sem
coberta e amontoados
Cadê
os direitos humanos
Que
vez ou outra aparecem
Mas
só quando envolve rico
Depois
somem desaparecem
Fecham
os olhos pra injustiça
Que
a cada dia mais cresce
Se
um rico vai preso
É
cheio de regalias
Tem
tv, computador
Celular
e água fria
Comidinha
especial
E
visitas todo dia
A
roubalheira está demais
De
Prefeito a Senador
Em
tudo se tem “vantagem”
Com
percentagem e valor
E
a propina é instituída
Por
“acerto” e sem pudor
É
como diz o ditado
Dinheiro
se compra tudo
Até
a fiel dignidade
E
a verdade sobretudo
E
um homem comprado
Aceita
qualquer absurdo
Tanto
se fala no Leão
Da
Receita Federal
Que
é Órgão rigoroso
Na
riqueza anormal
Que
fiscaliza a todos
Mas
pra esses não é fiscal
E
pela ceguinha justiça
Esses
caras são blindados
É
privilégio dos corruptos
Pela
“lei” ser beneficiados
Assim
como os corruptores
Que
de nada são acusados
Pro
faz de conta de investigar
Se
abre inúmeras CPIs
E
o cabeça da quadrilha
Diz:
eu não sei, eu não vi
Nada
é levado a sério
No
fim é só a pizza dividi
O
fulano político eleito
É
um temendo pobretão
Seu
salário não é pouco
Mas
milionário também não
E
pouco tempo se passa
Tem
fazenda e avião
E
em nome de “laranjas”
Tem
empresas e fazendas
O
dinheiro está camuflado
Apresenta
só falsa renda
E
no exterior abre contas
Sem
nome, só com legenda
O
dinheiro sujo que rouba
Tem
as manhas de lavar
É
um perito no crime
Pro
fisco poder driblar
Mas
vezes corre o risco
Pelo
seu “rabo” amarrar
É
um tal de rabo preso
Entre
corrupto e corruptor
Se
um liga para outro
Atende
já com temor
A
conversa é por código
Pra
enganar o tradutor
E
o povo que não é cego
Logo
o chama de ladrão
Será
que o cara montou
Uma
fábrica de milhão ?
Só
o “leão” que “não vê”
Sua
falsa declaração
A
culpa não é do povo
Mas
sim da governança
Que
deixa do seu mandato
Essa
maldita herança
Acho
que até fizeram
Com
o crime uma aliança
A
tal da “doação” financeira
Pra
campanha eleitoral
É
grana pública repassada
Pra
conta do partido e tal
É
só uma fajuta desculpa
Pra
corrupção ser “legal”
Entre
os tantos gabinetes
De
corruptos deputados
A
grana chega em malas
Ou
em envelopes lacrados
E
até num fedido cuecão
Dólares
são camuflados
E
o bonde da roubalheira
Pelo
alto escalão é dirigido
São
malas que vem e vai
Em
caminhos escondidos
Estufadas
de dólar e real
Pro
dirigente corrompido
Altas
negociações de acerto
Pelos
corruptos tramados
Acontecem
em ricos hotéis
Onde
se estão hospedados
Ou
em seus gabinetes
A
sete chaves trancados
Sem
contar que esses políticos
Tem
orçamento milionário
Além
da verba pro gabinete
Ganham
altíssimos salários
Sem
contar com a propina
Pelo
“voto” dado em plenário
Enquanto
a corja rouba
Os
juros vão subindo
É
o corrupto do governo
O
prejuízo vai dividindo
E
o fel em conta gotas
O
pobre vai engolindo
E
todos preços aumentam
Dos
produtos de alimentação
Que
só mesmo se explica
Por
conta da corrupção
E
o salário vai diminuindo
Por
causa da inflação
E
o coitado do miserável
Tentando
levar a vida
Financia
a casa própria
Uma
injusta e eterna divida
Assim
sua mísera dignidade
Pela
política é corrompida
E
o povo é humilhado
E
indignado tenta gritar
E
faz até uns panelaços
Tentando
em vão organizar
Pra
ver se o governo escuta
E
tenta esse País moralizar
Escrevendo
este cordel
Fico
até indignado
O
sujeito rouba milhões
E
se diz dinheiro “desviado”
Mas
se um coitado fosse
Seria
dinheiro roubado
Pois
sinônimos e adjetivos
São
diversamente aplicados
Depende
do nível do poder
E
do tanto embolsado
Se
foi pouco é ladrão
Se
foi muito é desviado
Em
qualquer acusação
O
canalha se diz inocente
Arruma
cada desculpa
Fala
manso e suavemente
Sabe
que é só pra cumprir
A
formalidade vigente
Sabe
que aquele processo
Vai
tramitar lentamente
De
gaveta em gaveta
Em
repartição diferente
Até
um Juiz dizer
Arquive-se
o presente
E
a mídia que é fiscal
Nem
ela vai se lembrar
Pois
outras notícias
Já
chegou pra abafar
E
assim o túnel do tempo
Esse
ladrão vai beneficiar
Mas
o que sempre intriga
E
por mais que se prove
O
réu, colarinho branco
O
dinheiro não devolve
E
nem pra cadeia vai
E
toda verdade encobre
A
investigação é falha
Ou
vista grossa se faz
Aquilo
que é evidente
No
processo se desfaz
Pra
encobrir o poderoso
Que
estava por detrás
A
nossa justiça é injusta
Que
não dá pra acreditar
E
a impunidade é tanta
Que
chega envergonhar
Como
se vai fazer
Pra
essa zorra moralizar
A
polícia tem trabalhado
Pra
corrupção investigar
Gasta
dinheiro a rodo
Pro
esquema desmanchar
Mas
preso só “piano toca”
E
logo tem que soltar
A
corrupção no Brasil
Está
institucionalizada
Já
faz parte do poder
Pelo
cidadão aceitada
O
que infelizmente tarda
Pra
ser um dia derrotada
Mas
quem se ferrou
No
roubo denunciado
Foram
os acionistas
Pelo
prejuízo tomado
Pois
suas ações caíram
90
por cento no mercado
Mas
digo que certamente
Dos
acionistas “quebrados”
Há
também muitos políticos
Que
teve dinheiro “evaporado”
Mas
de ladrão pra ladrão
O
prejuízo é compensado
Creio
que foi uma jogada
Esse
roubo da Petrobras
As
ações desvalorizaram
Com
relação a mês atrás
E
“baixas” agora compram
E
vão ganhar muito mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário