terça-feira, 15 de dezembro de 2015

CORDEL CORRUPÇÃO VERGONHA DA NAÇÃO

Autor: Edson Amorim


Nos versos deste Cordel
Vou falar da corrupção
Que assalta o Brasil
Nossa querida Nação
Os ladrões são políticos
Desde o primeiro escalão

Já virou sem-vergonhice
Na grana meter a mão
Antes se roubava pouco
Hoje se rouba bilhão
E o nosso parlamento
Virou escola de ladrão

A coisa tá tão descarada
Por conta da impunidade
E os projetos sociais
Depende da oportunidade
Se vai embolsar uma parte
Esse tem prioridade

E a cara fala mansinho
Dizendo não sei de nada
Mente, mente e inventa
Com a cara deslavada
Instruído pelo advogado
Cada palavra falada

E depondo na justiça
O politiqueiro nega
Mesmo ante das provas
Que o processo carrega
O Juiz faz vista grossa
Porque a justiça é “cega”

E se o politico tá preso
O Juiz manda soltar
Atendendo o advogado
Que pediu pra revogar
E vai pra casa o sujeito
Em prisão domiciliar

Junto com os comparsas
Ele ri dos brasileiros
Na sua casa, numa boa
Faz festa com seu dinheiro
E viaja pra onde quer
Pros confins do estrangeiro

Em casa tomando whisky 
Vai tramando mais “bocadas”
Num telefonema e outro
A grana fácil é acertada
É mesmo uma quadrilha
De pessoas desonradas
   
A justiça tem dois pesos
E também duas medidas
Se a pessoa ladra é rica
Sempre é favorecida
Se o réu é pobre ladrão
Fica preso o resto da vida

E em outras palavras
O réu hoje processado
Tem especial tratamento
Se ele é endinheirado
E pra cadeia não vai
Pois tem bom advogado

Há dias a mídia divulga
O roubo na Petrobras
Que um caqueta da corja
Denunciou mês atrás
Um “assalto” milionário
Que igual não vi jamais

Acho que o cara enjoou
Ou se viu arrependido
Não sei se foi traidor
Ou um bonzinho bandido
Pois os milhões que roubou
Por ele foi devolvido  

Com a justiça acordou
A tal “delação premiada”
Pra livrar as “costas” dele
E a “verdade” ser falada
Nem sei se o cara é “réu”
Ou “língua” recompensada

E aquele que não gostava
Por ter “acordo” quebrado
Foi logo ele entregando
Da Câmara e do Senado
Só o Lula e a Presidenta
Foi por ele acobertado

Outros tantos petistas
E de outros partidos
Denunciou a ladroada
Pelos dólares divididos
E acharam entre paredes
Os pacotes escondidos

Na praticada corrupção
Muito dinheiro é roubado
De Real muda pra Dólar
E o “sujo” dinheiro é lavado
Cruza as nossas divisas
E no exterior é depositado
  
Toda grana desviada
E só a justiça querer
Rastrear o seu roteiro
Pois ela tem esse poder
E o esperto pilantroso 
Algemá-lo e prender

Parte é gasto facilmente
Por jogos são consumidos
E também caros presentes
Pra amantes oferecidos
Parte se compra imóveis
Por preços nem discutidos

E o povo é quem paga a conta
Pois impostos são inventados
Há aumento do combustível
E os juros são majorados
E sem pena do pobre
Pelo planalto é promulgado

É o meter a mão no bolso
Dos miseráveis coitados
Dão um aumento de salário
Depois tiram dobrado
É o pobre sempre pobre
E o rico de bolso estufado

E essas ações impensadas
Pra cobrir rombos abertos
A inflação cresce e acelera
E os índices são encobertos
Se divulga o que interessa
E camuflam os dados certos

Se um pobre vai preso
Na cadeia é humilhado
Sem dignidade nenhuma
Pela polícia é castigado
E pra se defender do crime
Seus direitos são negados

Se prende ladrão de galinha
Que rouba pra matar a fome
Na prisão ele é jogado
E na angustia se consome
Pois advogado não tem
Nem grana e nem sobrenome

Na cela que é pra dez
Tem cem ali trancados 
Num espaço fedorento
Quente e não ventilado 
E dormem no chão frio
Sem coberta e amontoados
   
Cadê os direitos humanos
Que vez ou outra aparecem
Mas só quando envolve rico
Depois somem desaparecem
Fecham os olhos pra injustiça
Que a cada dia mais cresce

Se um rico vai preso
É cheio de regalias
Tem tv, computador
Celular e água fria
Comidinha especial
E visitas todo dia

A roubalheira está demais
De Prefeito a Senador
Em tudo se tem “vantagem”
Com percentagem e valor
E a propina é instituída
Por “acerto” e sem pudor

É como diz o ditado
Dinheiro se compra tudo
Até a  fiel  dignidade
E a verdade sobretudo
E um homem comprado
Aceita qualquer absurdo

Tanto se fala no Leão
Da Receita Federal
Que é Órgão rigoroso
Na riqueza anormal
Que fiscaliza a todos
Mas pra esses não é fiscal

E pela ceguinha justiça
Esses caras são blindados
É privilégio dos corruptos
Pela “lei” ser beneficiados
Assim como os corruptores
Que de nada são acusados

Pro faz de conta de investigar
Se abre inúmeras CPIs
E o cabeça da quadrilha
Diz: eu não sei, eu não vi
Nada é levado a sério
No fim é só a pizza dividi

O fulano político eleito
É um temendo pobretão
Seu salário não é pouco
Mas milionário também não
E pouco tempo se passa
Tem fazenda e avião
   
E em nome de “laranjas”
Tem empresas e fazendas
O dinheiro está camuflado
Apresenta só falsa renda  
E no exterior abre contas
Sem nome, só com legenda

O dinheiro sujo que rouba
Tem as manhas de lavar
É um perito no crime
Pro fisco poder driblar
Mas vezes corre o risco
Pelo seu “rabo” amarrar

É um tal de rabo preso
Entre corrupto e corruptor
Se um liga para outro
Atende já com temor
A conversa é por código
Pra enganar o tradutor

E o povo que não é cego
Logo o chama de ladrão
Será que o cara montou
Uma fábrica de milhão ?
Só o “leão” que “não vê”
Sua falsa declaração

A culpa não é do povo
Mas sim da governança
Que deixa do seu mandato
Essa maldita herança
Acho que até fizeram
Com o crime uma aliança

A tal da “doação” financeira
Pra campanha eleitoral
É grana pública repassada
Pra conta do partido e tal
É só uma fajuta desculpa
Pra corrupção ser “legal”

Entre os tantos gabinetes
De corruptos deputados
A grana chega em malas
Ou em envelopes lacrados
E até num fedido cuecão
Dólares são camuflados

E o bonde da roubalheira
Pelo alto escalão é dirigido
São malas que vem e vai
Em caminhos escondidos
Estufadas de dólar e real
Pro dirigente corrompido
  
Altas negociações de acerto
Pelos corruptos tramados
Acontecem em ricos hotéis
Onde se estão hospedados
Ou em seus gabinetes
A sete chaves trancados

Sem contar que esses políticos
Tem orçamento milionário
Além da verba pro gabinete
Ganham altíssimos salários
Sem contar com a propina
Pelo “voto” dado em plenário

Enquanto a corja rouba
Os juros vão subindo
É o corrupto do governo
O prejuízo vai dividindo
E o fel em conta gotas
O pobre vai engolindo

E todos preços aumentam
Dos produtos de alimentação
Que só mesmo se explica
Por conta da corrupção
E o salário vai diminuindo
Por causa da inflação
  
E o coitado do miserável
Tentando levar a vida
Financia a casa própria
Uma injusta e eterna divida
Assim sua mísera dignidade
Pela política é corrompida

E o povo é humilhado
E indignado tenta gritar
E faz até uns panelaços
Tentando em vão organizar
Pra ver se o governo escuta
E tenta esse País moralizar

Escrevendo este cordel
Fico até indignado
O sujeito rouba milhões
E se diz dinheiro “desviado”
Mas se um coitado fosse
Seria dinheiro roubado

Pois sinônimos e adjetivos
São diversamente aplicados
Depende do nível do poder
E do tanto embolsado
Se foi pouco é ladrão
Se foi muito é desviado
  
Em qualquer acusação
O canalha se diz inocente
Arruma cada desculpa
Fala manso e suavemente
Sabe que é só pra cumprir
A formalidade vigente

Sabe que aquele processo
Vai tramitar lentamente
De gaveta em gaveta
Em repartição diferente
Até um Juiz dizer
Arquive-se o presente

E a mídia que é fiscal
Nem ela vai se lembrar
Pois outras notícias
Já chegou pra abafar
E assim o túnel do tempo
Esse ladrão vai beneficiar

Mas o que sempre intriga
E por mais que se prove
O réu, colarinho branco
O dinheiro não devolve
E nem pra cadeia vai
E toda verdade encobre

A investigação é falha
Ou vista grossa se faz
Aquilo que é evidente
No processo se desfaz
Pra encobrir o poderoso
Que estava por detrás

A nossa justiça é injusta
Que não dá pra acreditar
E a impunidade é tanta
Que chega envergonhar
Como se vai fazer
Pra essa zorra moralizar

A polícia tem trabalhado
Pra corrupção investigar
Gasta dinheiro a rodo
Pro esquema desmanchar
Mas preso só “piano toca”
E logo tem que soltar

A corrupção no Brasil
Está institucionalizada
Já faz parte do poder
Pelo cidadão aceitada
O que infelizmente tarda
Pra ser um dia derrotada

Mas quem se ferrou
No roubo denunciado
Foram os acionistas
Pelo prejuízo tomado
Pois suas ações caíram
90 por cento no mercado

Mas digo que certamente
Dos acionistas “quebrados”
Há também muitos políticos
Que teve dinheiro “evaporado”
Mas de ladrão pra ladrão
O prejuízo é compensado

Creio que foi uma jogada
Esse roubo da Petrobras
As ações desvalorizaram
Com relação a mês atrás
E “baixas” agora compram
E vão ganhar muito mais.



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