De palha de coqueiro coberto 2
Rede armada num reservado
cantinho
E o cantar dos passarinhos por
perto
No rio, a canoa no barranco
amarrada
Sob uma frondosa árvore de figueira
3
No machado, pelo Pai, foi escavada
Esculpida de um tronco de
madeira
A fisgar o peixe seu Pai lhe ensinou
E também a pequena canoa
remar 4
A jogar a tarrafa aberta, ele
praticou
Pro sustento do abençoado rio
retirar
No raiar do sol já vai se
preparando
Pra ir ao lugar do rio, onde quer
pescar 5
Logo, sua canoa rio abaixo vai
remando
Deslizando no remanso, bem devagar
Na pequena canoa leva a traia de
pesca
Que se resume numa linhada de mão 6
Uma tarrafa e a rede pro peixe
malhar
E o prazer de pescar, leva no
coração
Sua canoa pela correnteza é
levada
E no rio bem devagarinho vai indo
7
Navegando prudente, pelas beiradas
E um gostoso chuá, o remo vai
produzindo
Olha pelos lados, nos extensos
alagados
Vê Tuiuiús e Garças se
espreguiçando 8
E tantas outras aves voando de
lado a lado
E centenas de Jacarés, a caça espreitando
Em algazarra e pulando de galho
em galho
Pelos arvoredos que margeiam o extenso
rio 9
Os macaquinhos acompanham o
pescador
Que os saúdam com um alto e alegre
assovio
Forte, descalço e vez descamisado
Usando uma bermuda ou um calção 10
Grande chapéu de palha na cabeça
Que da luz do sol é sua fiel proteção
De pé ou na proa da canoa sentado
O cardume de peixes vai
perseguindo 11
Tem um sexto sentido, faro de
pescador
Sabe onde o grande peixe está
indo
Logo abaixo ancora sua pequena
canoa
No lugar certinho onde o peixe
está 12
Arremessa a linha com o anzol iscado
E agora só espera, o grande peixe
fisgar
O anzol joga, abeirando os camalotes
E o peixe com fome, a fisgada é certeira 13
E se pescando nas cachoeiras do riozão
Pro peixão, a Tuvira é a isca de primeira
Nos profundos poços ao longo do
rio
Onde a água devagar redemoinha 14
É onde se escondem os Jaus e
Pintados
Que são atraídos por iscas de
piabinha
Mas é nas corredeiras, sua maior
diversão
Onde está escondido o brigador Dourado 15
O Pescador joga a linha e deixa
levar
Se der sorte, vem um desses
fisgado
Do rio retira o pão pro seu
sobreviver
E de toda a natureza que ele
envolve 16
Antes de pescar, preservar é o prazer
E o pequeno peixe, sempre ao rio devolve
Respeita e preserva o meio
ambiente
Amor eterno àquele cantinho jurou 17
A cuia de Tereré não pode faltar
Esse bom costume também preservou
Vai assoviando, seu paraíso
admirando
Cada detalhe não escapa ao seu
olhar 18
Vê ao longe os grandes peixes batendo
É natural prazer, pra sua alma
desfrutar
Inda entre o belo verde da mata intocada
Vê o vasto palmeiral de Buritis e
Carandás 19
Jenipapos, Ingazeiros e coloridos
Ipês
E os pendões amarelados dos Cambarás
Admira as Samambaias, Camalotes e Aguapés
Da rasteira vegetação aquática
preservada 20
Dessa pantaneira e espetacular
natureza
Formando uma paisagem demais encantada
Lugar de ar puro que a floresta
oferece
Pra esse privilegiado pescador
respirar 21
É mesmo um natural paraíso
escondido
Pra ser descoberto e com amor desfrutar
Lugar bendito onde nasceu e
cresceu
Cada palmo daquele rio ele
conhece 22
Tudo ali faz
parte da sua humilde história
E em prece, sempre a Deus agradece
!!
HOMEM DOS RIOS E ALAGADOS
Homem das águas dos rios e dos alagados
Que representa sua roça, horta e
pomar 23
Pesca solitário sob o sol
escaldante
Ou sob a formosura da luz do luar
Pra ele é lugar mais que sagrado
Que lhe oferece a boa ventura 24
Por ser feliz e ali viver
sossegado
Agradece ao bom Deus nas alturas
Navega sozinho e aventuras enfrenta
Rezando pra Deus, dos males o
proteger 25
De muitos traiçoeiros perigos
escondidos
Que camuflados estão, e não pode ver
À noite estes muitos perigos se
multiplicam
Vê famintos Jacarés do barranco o
mirando 26
Vez até o Tamanduá ou a Anta vem assustar
E bem perto escuta, o bravo Lobo
uivando
Vez ou outra vê uma grande Onça
pintada
Passando que meio camuflada na
mata 27
Ou nadando na correnteza do
grande rio
Mas o pescador só admira, não a
maltrata
E por um pequeno rachado no casco
Da velha canoa de madeira lavrada 28
Águas insistem aos poucos ir
entrando
E de hora em hora tem que ser
esgotadas
Entre os tantos perigos
escondidos no rio
A gigante Sucuri passa perto
nadando 29
Bem como outras cobras do pantanal
Que é melhor nem ficar imaginando
Em sua pequena canoa sozinho
navega
Nos leitos dos riachos, lagoas e
grandes rios 30
A força das bravas correntezas
respeita
E pra evitar perigos, sabe dos
certos desvios
Alguns bichos e aves nem mais o
estranha
As Arinhas à frente da canoa faz
gritaria 31
A bela Garça, a beira da lagoa,
faz pose
E a mamãe Tuiuiú, do alto ninho, o
espia
Outras Garças e Tuiuiús nos
banhados
À beira do rio onde navega o
pescador 32
Fazem companhia, enquanto se alimentam
Degustando peixinhos de todo
sabor
Nas árvores, os macacos fazem
anarquias
Das estripulias, faz o solitário
pescador sorrir 33
O Gavião, perto voa, de olho na
sua isca
Doidinho, pra num rasante,
unhá-la e engolir
No rio ele vê milhares de Patos Biguás
Que se alimentam de peixes,
mergulhando 34
E se espantam, batendo asas em revoada
Quando a canoa, devagar vai
passando
Nos altos das Palmeiras vê as
coloridas Araras
E milhares de avezinhas no céu
revoando 35
Inda ouve o cantar encantado dos pássaros
Por entre os recantos da floresta,
ecoando
Pescador que a natureza respeita
e preserva
Naquilo que ele pode e lhe condiz
36
O meio ambiente é mesmo sua vida
E nesse sossegado habitat, ele vive
feliz
É preservado da correria do dia a
dia
Longe da violência e da ganância
influente 37
Seu prazer é pescar e o gostoso
Tereré tomar
Comungando harmonias pra sua
mente
Nas diárias pescarias de
sobrevivência
Sempre o pequeno peixe, ele solta
38
Pra novamente, no rio, crescer e
procriar
E se pesca predatória ver, se
revolta
Redes de espera dificilmente ele
arma
Nem tarrafa, nem rede de arrastão 39
Nem espinheis e anzóis de galho
Nem fisga, flecha, garatéia ou
arpão
O rio até parece entender o
pescador
E a natureza abre pra ele
caminhos 40
Os espécimes da fauna, já o
conhece
E a amiga flora o protege dos
espinhos
Entre aquelas vastas águas
pantaneiras
Nas beiras os passarinhos sempre
a cantar 41
E são de divinais colorações e
beleza
Que o pescador aporta, só pra admirar
É nos grandes poços no leito do rio
Que o grande e nobre peixe é sevado 42
Mas é nas corredeiras e cachoeiras
Que se esconde o preferido Dourado
À tarde voltando pro aconchego do
rancho
Na brisa fresca e contemplando o
sol poente 43
É um presente ver as aves em seus
ninhais
E todo aquele ecológico paraíso à
frente
Chega no rancho com seu barco lotado
Trazendo Pintados, Jaus, Pacus e
Dourados 44
Uns ele limpa e salga pra não
estragar
E de outros,
prepara um saboroso assado
O peixe Piranha
que veio na sua linha
Dá uma tremenda
duma caldeirada 45
E a Piraputanga
e o Piau da um frito
Uma saborosa delicia,
pra ser degustada
Nos dias chuvosos ou em noites sombrias
Sua pequena traia vai logo
arrumar 46
A rede que o grande peixe estourou
E a chumbada e o anzol, encastoar
Fica contente se a pescaria foi boa
Mas certamente pra ele foi cansativa 47
Quase não reclama e não adoece
Pois respira os aromas das plantas nativas
Esta é sua eterna e divertida rotina
Levanta e vai pro rio, na canoa pescar 48
Em dias chuvosos é só se deitar na rede
E descansar, escutando o gostoso chuá
Ao Pai Criador humildemente em prece
Agradece pelo seu peixe de cada dia 49
E pela sua saúde e da querida família
E sempre mais bênçãos, dos céus irradiam
Agradece pelas lagoas, rios
e florestas
E pela amiga fauna que convive diariamente 50
E pra torrente chuva da estação nunca faltar
E que os raios do sol, sejam eterno presente
E também pelo seu chão e querido
torrão
Onde as coloridas borboletas vivem
a bailar 51
E pelos majestosos Tuiuiús nos
altos galhos
E as centenas de Garças nos
ninhais a pernoitar
Modesto ambiente de simplicidade e beleza
Esse é seu cantinho, seu abrigo, seu lar 52
Vez em claras noites, entre os vagalumes
Solitário, seu velho violão, toca ao luar
A fresca brisa que sopra naquele
recinto
É pura delicia, pra desfrutar e se
deleitar 53
As folhagens molha, com sua fina aragem
Exalando ar puro, pro pescador
respirar
Pescador de olhar sereno e calmo 54
Seu sofrer é sempre recompensado
No seu barco ou no seu aconchego
Na sua rede de descanso deitado
Com seu barco navegando ou
ancorado
Jogando a linha no rio com toda
leveza 55
Proclama a paz que o mundo recente
E une inda mais o homem à
natureza
Em pescando um grande e nobre peixe
Que briga, salta, faz onda e é valente 56
Ao recolher o peixe fisgado ele vibra
E seus olhos brilham e sorri contentes
Fala sozinho e de tão feliz alto grita
Pelo peixão que acabou de fisgar 57
E ligeiro novamente isca o anzol
Pra retornar, com fé, na água jogar
Ele só não da danada
da Piranha
Que com seu
estoque de isca acaba 58
E além de
espantar os cardumes
O peixe, nas
redes malhado, estraga
Pescando ou arrumando suas traias
A beira do rio ele vive e se diverte 59
Ao remendar o estrago que fez o peixe
A decepção, em alegria se converte
O peixe do rio sempre será o seu pão
Sagrado alimento, para os filhos criar 60
E a floresta oferece seus naturais frutos
De exóticos sabores, pra ele degustar
Por baías e curvas do rio vai navegando
Desfrutando da
paz, pela natureza ofertada 61
E no seu viver, cores novas vai pintando
Formando um arco-íris de cores encantadas
Ao por do sol, quando voltando pra casa
Observando milhares de Garças nos ninhais 62
Seu coração suspira fundo e a Deus agradece
E a esperança já grande, inda cresce mais
Por ocasião do período da piracema
Quando cardumes sobem o rio pra desovar 63
Ele só pesca o necessário pra sobrevivência
É um belo gesto, pro peixe do rio, preservar
Preserva o Dourado, Pacu, Pintado e Jau
Pro Pantanal ser eterno em grandeza 64
Esquece decepções, tristezas e mágoas
Diante desse colosso da mãe natureza
É zeloso em preservar o rio e
cercanias
Pros filhos e netos um dia
desfrutar 65
Ganhando o seu pão e se
divertindo
E curtindo o sossego daquele belo
lugar
A floresta
oferece seus muitos frutos
Palmito,
Guavira, Pequi e tantos mais 66
E embornais
enche e pra casa leva
E o chá ele faz
das ervas medicinais
Por entre os
camalotes e aguapés
É o criadouro
de iscas naturais 67
Tal como a
Tuvira e a Piabinha
O Caranguejo e tantos
outras mais
Ele não revira,
não arranca e não destrói
Sua peneira
passa bem devagar 68
Retirando somente o pouco que precisa
E cuida daquele
habitat, pra procriar
Vê em ocos de árvores
ou de coqueiros
Os casais de
Araras em seus ninhos 69
E os graciosos filhotes
gralhando
Saudando esse
amigo pescador ribeirinho
Essa é sua vida
simples e energizada
É liberdade e
prazer pra ele feliz viver 70
No seu olhar
carrega fé e muita esperança
E sua recompensa,
será ver o filho crescer
Sagrada
natureza onde há vida e beleza
Um mundo de
reais sonhos pra se sonhar 71
Onde ali
permanecerá até o dia derradeiro
Quando, por fim,
aos céus Deus o chamar
Educando,
o filho sempre ensina
A fisgar o
peixe e o rio preservar 72
Herança do Pai,
do Tio e do Avô
Pro pão do
amanhã, nunca faltar
O pantaneiro sol
se pondo no horizonte
E a lua luzindo
em meio ao lindo estrelar 73
De tudo o
pescador admira o encanto
Pescando ou junto
à família em seu lar
À tarde este avermelhado
sol pantaneiro
Antes de no colorido
horizonte se por 74
Estende até ele,
seus raios de gratidão
Saudando esse companheiro
pescador
A natureza lhe
concede boa saúde
Mesmo comendo só arroz e feijão 76
E um temperado
e gostoso peixe assado
Misturado à
farinha ou saboroso pirão
Pescar é seu
lazer e seu ganha pão
Pra viver naquele
mundo que o rodeia 77
O sol é sua
diária e prazerosa companhia
E em claras noites,
é a vez da lua cheia
E por vezes sob
a luz do magnífico luar
Abraça seu
velho e amigo violão 78
E cercado pela querida
esposa e filhos
Toca saudosas
músicas do antigo sertão
E até os vagalumes
vêm ao seu encontro
Com suas verdes
luzes piscando 79
Iluminando as
sombras da noite
Enquanto os
corujões revoam, piando
Pescador que vive
feliz com o pouco
E é alguém que
ama a mãe natureza 80
As florestas,
rios e campos, preserva
E trata os
animais com toda delicada
PESCADOR PANTANEIRO DE FIM DE SEMANA
Pescaria de rio
é refugio é emoção
Pra queimar na
alma as vis agonias 81
Onde se respira
a pureza da natureza
Ouvindo, dos
pássaros, suas cantorias
Perto, longe e
distante se vai
Pra se estar à
beira de um rio 82
Curtir as
benesses da natureza
E saciar o ego
que está no cio
As grandes lagoas
e rios pantaneiros
Por cardumes de
peixes são habitados 83
Destacam-se os
Rios Miranda, Taquari e Apa
Aquidauana,
Paraguai, Negro e Alagados
Pesca-se nos remansos e
corredeiras
Onde se esconde o belo Dourado 84
E nos poços onde a água
redemoinha
Pra fisgar Pirararas, Jaús e
Pintados
Curricando o
nobre peixe Tucunaré
Palavriado que
o pescador batizou 85
Arremessa-se a
linha na superfície do rio
E recolhe ligeiro
se o peixe abocanhou
Dias de vento
ou de chuva forte
O rio, pra ele,
fica em segundo plano 86
Se for pro rio,
sabe que nada ele pesca
É só desprazer,
cansaço e desengano
Se acampado é só
na rede deitar
Se espreguiçar,
cochilar e adormecer 87
Esquecer-se da rotina
do árduo trabalho
E sonhar com um
estiado amanhecer
Contemplando as
águas do rio
Mansas e escorrendo
pro mar 88
Apagam-se na
alma as aflições
Enquanto se espera
o peixe puxar
Subindo ou
descendo o extenso rio
A natureza traz
visões singulares 89
Por entre a vasta
a flora à sua volta
Revelam-se imagens
espetaculares
As curvas do rio desenham paisagens
Exóticas, excêntricas e enfeitadas 91
Ao refletir nas
águas as sombras das matas
Espelham-se abstratas
pinturas, encantadas
Corredeiras
entre decoradas pedras
Trilhas em meio
à floresta intocada 90
Cachoeiras são um
espetáculo a parte
Por flores e
ramas nativas adornadas
Enquanto os Periquitos e as
coloridas Araras
Fazem festa em meio às altivas
palmeiras 92
O pescador espera o grande peixe
fisgar
E sua cabeça liberta-se das
tantas asneiras
O subir e
descer altos barrancos
E linhas
enrolar e desenrolar 93
Trocar e
conferir dezenas de iscas
Nada supera o
prazer de pescar
O desejado troféu
do alegre pescador 94
É de um fisgar um brigador
Dourado
E vê-lo saltar e
saltar no meio do rio
Enquanto na linha é
recolhido, fisgado
Mas uns tantos desejados
nobres peixes 95
São marcantes troféis
na pesca no pantanal
O Tucunaré,
Pirarara, Jau, Pintado, Pacu
Piraputanga,
Curimba, Piranha e o Piau
A pescaria é bem
mais divertida 96
Curricando pra
pescar o Tucunaré
Nos Rios Paraguai,
Taquari e o Negro
Miranda, São
Lourenço e o Mamoré
Pra pesca nos
grandes rios pantaneiros 97
Tem roteiros dos
mais emocionantes
Embarcado,
descendo ou subindo o rio
Sob a luz do luar
ou do sol escaldante
À noite os amigos
reunidos no acampamento 98
A cantoria é
acompanhada pelo violão
E regada por uma
cervejinha gelada
A beira da
fogueira é conversa e distração
E a noite é curta
com tantas brincadeiras 99
De uma mentirinha
muitas risadas dão
Ou de um caso
engraçado ou da piada
Contada pelo pescador
mais brincalhão
Detalhes da
pescaria são contados 100
Tal como: escapou um
peixe grandão
Ou a linha se
quebrou ou se enroscou
Quando sentiu um
grande puxão
Ou sobre as iscas
usadas no dia 101
Tal como a tuvira
ou o minhocão
Massa, frutos ou
as do tipo artificiais
Cada pescador tem a
sua versão
A cabeça está no
rio e na pescaria 102
Longe de
nostalgia, sonhos ou ficção
Esquece-se até do
duro trabalho
E de qualquer
outra obrigação
Se vai chover ou
se vai fazer sol 103
Esta é a maior das
preocupações
A os birinaites não
pode faltar
Pra calibrar as muitas
emoções
Apelidos são aos
montes distribuídos 104
Por aquele
pescador mais fanfarrão
E enquanto o
cozinheiro prepara o peixe
Já tratam animados
da nova programação
Vem se somar ao
prazer de pescar 105
A verde paisagem que
é vislumbrante
Entre bandos de
Capivaras e Jacarés
E Araras e Tucanos
de cores vibrantes
A beira dos rios e
lagoas inda se avista 106
As Garças brancas
e os Tuiuiús gigantes
O João de Barro e
os Gaviões Carcará
E milhões pássaros
de cantos hilariantes
O Cervo-pantaneiro
e Onças pintadas 107
Os Macaquinhos e
as Ariranhas gritantes
Que habitam as
beiradas das águas
Lugares bem
arejados e refrescantes
Pescar, esperar, cansar e
descansar
Momentos que exercitam a
paciência 108
Acalmando o espírito e a alma
aflita
E ilumina o ego cego, por
consciência
A alegria é
divina e imensurável
Daquele que
sente prazer em pescar 109
Programar com
amigos a pescaria
E depois
renovado pra casa voltar
Passar uns dias à
beira de um grande rio 110
Com a
companheirada quase irmãos
Acampados e
embarcados pescando
São momentos
eternizados no coração !!
A EMOÇÃO DE FISGAR UM PEIXÃO
Se a puxada do peixe foi forte 111
E da fisgada o danado escapa
A linha, desconsolado recolhe
Enquanto, na mente, o peixão retrata
E enquanto briga com o peixe fisgado 112
Torce pro danado não escapar
E bem ligeirinho enrola a linha
Pro belo peixe, logo embarcar
Com o peixão bem fisgado 113
Esperando o peixe cansar
O Pecador ansioso torce
Pra fina linha não se quebrar
Nem arrumar nenhum enrosco 114
Ou o peixe em uma toca entrar
E a ponta da pequena vara
Pro firme o peso o peso suportar
E nova isca no anzol enrosca 115
Jogando na mesma direção
Esperando ligeiro mais um fisgar
Pra aumentar o prazer e a emoção
Subindo as bravas corredeiras 116
Seu barco pilota com emoção
Vestido com coletes salva-vidas
É aventura que acelera o coração
Mas o bom e respeitoso pescador 117
Tem que saber pescar e ter sorte
Ser leal ao peixe à mãe natureza
E em preservar rios e lagoas se importe
Pescador bom de pesca 118
Sabe da traia certa pra usar
E se pescou o peixe pequeno
Sabe que deve na água soltar
Embarcado na caída da cachoeira 119
Seu barco vira de norte a sul
Uma ancora então improvisa
Enquanto pesca um grande Jau
Então numa linha bem grossa 120
E com grande anzol amarrado
Prende uma saborosa isca de peso
Pra pescar um grande Pintado
Cansados da bela empreitada 121
Em fisgar o peixe mais grandão
Descendo ou subindo o extenso rio
Adocicando de prazer sua paixão
Dali nasce muitas novas histórias 122
Pra em outras pescarias contar
Quando se pescou muitos peixes
Mas o grandão cismou de escapar
Muitas fotografias são tiradas 123
E também vídeos são editados
Do pescador segurando o peixe
Fazendo pose e rindo emocionado
Fatos e fotos que são inesquecíveis 124
Da pesca na lagoa, rio ou
mar
Como um troféu num álbum se guarda
Pra toda a vida,
ver, rir e relembrar