Autor: Edson Amorim
Passarinho tão belo e formoso
De um cantar suave e gostoso
Saltitante na gaiola trancado
Não mais vê lua e o sol iluminado
Canta pra não morrer de tristeza
Crendo um dia ser libertado !
Tão queridinho e frágil passarinho
Que sente saudades do seu ninho
Comendo só o alpiste que lhe é dado
Queria estar livre entre os amigos voando
E nas copas das arvores cantando
Entre os céus e as belezas do serrado !
Dorme e sonha com a gaiola aberta
É oportunidade sonhada e incerta
Pra novamente com real liberdade
Batendo suas ligeiras asas voltar a voar
E escolher seu lugar pra pousar e cantar
Nos livres ares do campo ou da cidade !
Passarinho tão pequeno e aprisionado
Por lindas e coloridas penas é enfeitado
Tornou-se prisioneiro por ser admirado
Sofre ele esta triste agonia
Servindo ao homem de fantasia
Que por simples prazer foi capturado !
Passam-se frias e quentes estações
A primavera florida e calor dos verões
E ali fica o passarinho solitário fechado
E sua mãe passarinha tristonha
Revoa ali por perto e sonha
Com a liberdade do seu filhinho adorado !
Se lá no céu passa uma revoada
De livre e encantada passarada
E pelo passarinho triste é avistado
Confinado em centímetros quadrados
Ressentido da sagrada liberdade de voar
Pelos parques, bosques e florestas
Onde antes fazia alegres festas
Por dentro ele se põe a chorar !
Passarinho prisioneiro cantador
Tem no seu canto, triste dor
Solitário na sua gaiola sombria
O homem o admira gorjeando
Que parece uma canção solfejando
Voar livremente era o que mais queria !
Mas o homem que o prendeu
Por um simples capricho seu
Não reconhece no seu íntimo cruel
Que este pequenino passarinho
Queria fazer seu aconchegante ninho
Em meio aos galhos de uma verde madeira
E voar e voar em espaços sem fronteiras
No azul do extenso e majestoso céu !
Ver um passarinho preso engaiolado
E como ver um palhaço tristonho
Sem o alegre sorriso no seu rosto
Seu semblante é abatido e enfadonho
Se o pássaro livre voa, a natureza sorri
E o sol brilha mais e o dia fica risonho !
Passarinhos são anjinhos da liberdade
Vê-los presos é um triste penar
Sua essência é voar livre e solto
E emitir seu encantado e majestoso cantar
E alegrar os corações e os ouvidos
Daquele que o quer escutar !!
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