Autor: Edson Amorim
O velho Carro de boi dos tempos de outrora
Sob a frondosa arvore está triste e abandonado
Depois que as modernidades chegaram
Dos serviços na fazenda foi dispensado
E os fortes bois carreiros que o puxavam
Envelhecidos, foram aponsentados !
Saudoso e tão servível Carro de boi
Que cargas e cargas levava e trazia
Puxados pelas juntas de bois no canzil
Presos a gangas que no seu cambão ringia
Hoje silenciaram os seus eixos e brutas rodas
Que ali parado e cansado não mais chia !
Lembro-me como se fosse inda ontem
De até dez juntas de bois nele engatados
Era boiada forte e a dedo selecionada
Composta de bois mansos e bem adestrados
À frente sempre ia o homem Carreiro
E por ele, seguro, o Carro de boi era guiado !
Carros de boi que transportaram o progresso
Nos estradões de terra batida do sertão
Em chapadões, subidas e descidas
Cheios de buracos, atoleiros e areões
Puxando cereais produzidos nas fazendas
E madeiras em meio aos precarios picadões !
Quando surgiram os caminhões de carga
E na agricultura o revolucionário Trator
Então o dolente chiado do Carro de boi
Foi abafado pelo barulho do potente motor
E ele foi abandonado sem pena ao relento
E não mais foi utilizado o seu labor !
Hoje desfilam em passeatas publicas
Pra relembrar raízes e tradições
Em festejos organizados por saudosistas
Que relembram a dura vida nos sertões
Mesmo encostados fazem parte da história
E como decoração ainda causa emoções !
Pelo que contribuíram para o progresso
De norte a sul do território nacional
Desde os tempos de Brasil colônia
É reconhecida a sua importância cultural
Muito também contribuiu no centro-oeste
Em particular no desenvolvimento do Pantanal !
Muitos antigos registraram em fotos
Seu Carro de boi na dura lida
Construídos de madeiras fortes e nobres
Pra suportar as cargas nele contidas
Na fazenda guiei nosso Carro de boi
E muito ele marcou em minha vida !
Lembro que na fazenda de meu Pai
Até cinco páreas puxavam o Carro de boi
Seus nomes eram Malhado, Campeiro
Sinuero, Diamante, Azulão e Trovão
Fumaça, Turrão, Relógio e Ponteiro
E toda essa boiada pro matadouro se foi !
Carro de boi ali descartado no canto jogado
Suas partes ressecadas e em corrosão
Seus eixos já empenados e apodrecidos
E os bois de ganga que eram seu coração
Já morreram e só seus nomes existem
Em nossas lembranças como recordação !!
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