quarta-feira, 29 de outubro de 2014

CORDEL: PESCADOR RIBEIRINHO DO PANTANAL !!!




 
Autor: Edson Amorim


Pescador pantaneiro ribeirinho
Filho do rio, daquele belo lugar                                      1
Mora num simples ranchinho
Mas literalmente o rio é seu lar

A beira do rio esse humilde ranchinho
De palha de coqueiro coberto                                            2
Rede armada num reservado cantinho
E o cantar dos passarinhos por perto

No rio, a canoa no barranco amarrada
Sob uma frondosa árvore de figueira                                3
No machado, pelo Pai, foi escavada
Esculpida de um  tronco de madeira

A fisgar o peixe seu Pai lhe ensinou
E também a pequena canoa remar                                    4
A jogar a tarrafa aberta, ele praticou
Pro sustento do abençoado rio retirar

No raiar do sol já vai se preparando 
Pra ir ao lugar do rio, onde quer pescar                           5
Logo, sua canoa rio abaixo vai remando
Deslizando no remanso, bem devagar

Na pequena canoa leva a traia de pesca
Que se  resume numa linhada de mão                              6
Uma tarrafa e a rede pro peixe malhar
E o prazer de pescar, leva no coração

Sua canoa pela correnteza é levada
E no rio bem devagarinho vai indo                                   7
Navegando prudente, pelas beiradas
E um gostoso chuá, o remo vai produzindo

Olha pelos lados, nos extensos alagados
Vê Tuiuiús e Garças se espreguiçando                             8
E tantas outras aves voando de lado a lado
E centenas de Jacarés, a caça espreitando

Em algazarra e pulando de galho em galho
Pelos arvoredos que margeiam o extenso rio                   9
Os macaquinhos acompanham o pescador 
Que os saúdam com um alto e alegre assovio

Forte, descalço e vez descamisado
Usando uma bermuda ou um calção                               10
Grande chapéu de palha na cabeça
Que da luz do sol é sua fiel proteção

De pé ou na proa da canoa sentado
O cardume de peixes vai perseguindo                             11
Tem um sexto sentido, faro de pescador
Sabe onde o grande peixe está indo

Logo abaixo ancora sua pequena canoa
No lugar certinho onde o peixe está                                12
Arremessa  a linha com o anzol iscado
E agora só espera, o grande peixe fisgar

O anzol joga, abeirando os camalotes
E o peixe com fome, a fisgada é certeira                         13
E se pescando nas cachoeiras do riozão
Pro peixão, a Tuvira é a isca de primeira

Nos profundos poços ao longo do rio
Onde a água devagar redemoinha                                   14
É onde se escondem os Jaus e Pintados
Que são atraídos por iscas de piabinha

Mas é nas corredeiras, sua maior diversão
Onde está escondido o brigador Dourado                        15
O Pescador joga a linha e deixa levar
Se der sorte, vem um desses fisgado

Do rio retira o pão pro seu sobreviver
E de toda a natureza que ele envolve                                16
Antes de pescar, preservar é o prazer
E o pequeno peixe, sempre ao rio devolve

Respeita e preserva o meio ambiente
Amor eterno àquele cantinho jurou                                  17
A cuia de Tereré não pode faltar
Esse bom costume também preservou

Vai assoviando, seu paraíso admirando
Cada detalhe não escapa ao seu olhar                              18
Vê ao longe os grandes peixes batendo
É natural prazer, pra sua alma desfrutar

Inda entre o belo verde da mata intocada
Vê o vasto palmeiral de Buritis e Carandás                      19                   
Jenipapos, Ingazeiros e coloridos Ipês
E os pendões amarelados dos Cambarás

Admira as Samambaias, Camalotes  e Aguapés 
Da rasteira vegetação aquática preservada                      20       
Dessa pantaneira e espetacular natureza
Formando uma paisagem demais encantada

Lugar de ar puro que a floresta oferece
Pra esse privilegiado pescador respirar                             21
É mesmo um natural paraíso escondido
Pra ser descoberto e com amor desfrutar

Lugar bendito onde nasceu e cresceu
Cada palmo daquele rio ele conhece                                 22
Tudo ali faz parte da sua humilde história
E  em prece, sempre a Deus agradece !!



HOMEM DOS RIOS E ALAGADOS

Homem das águas dos rios e dos alagados
Que representa sua roça, horta e pomar                           23
Pesca solitário sob o sol escaldante
Ou sob a formosura da luz do luar

Pra ele é lugar mais que sagrado
Que lhe oferece a boa ventura                                           24
Por ser feliz e ali viver sossegado
Agradece ao bom Deus nas alturas

Navega sozinho e aventuras  enfrenta
Rezando pra Deus, dos males o proteger                           25
De muitos traiçoeiros perigos escondidos
Que camuflados estão, e não pode ver

À noite estes muitos perigos se multiplicam
Vê famintos Jacarés do barranco o mirando                    26  
Vez até o Tamanduá ou a Anta vem assustar
E bem perto escuta, o bravo Lobo uivando

Vez ou outra vê uma grande Onça pintada
Passando que meio camuflada na mata                            27
Ou nadando na correnteza do grande rio      
Mas o pescador só admira, não a maltrata

 
E por um pequeno rachado no casco
Da velha canoa de madeira lavrada                                  28
Águas insistem aos poucos ir entrando
E de hora em hora tem que ser esgotadas

Entre os tantos perigos escondidos no rio
A gigante Sucuri passa perto nadando                              29
Bem como outras cobras do pantanal 
Que é melhor nem ficar imaginando

Em sua pequena canoa sozinho navega
Nos leitos dos riachos, lagoas e grandes rios                     30
A força das bravas correntezas respeita
E pra evitar perigos, sabe dos certos desvios


Alguns bichos e aves nem mais o estranha
As Arinhas à frente da canoa faz gritaria                          31
A bela Garça, a beira da lagoa, faz pose
E a mamãe Tuiuiú, do alto ninho, o espia

Outras Garças e Tuiuiús nos banhados
À beira do rio onde navega o pescador                              32
Fazem companhia, enquanto se alimentam
Degustando peixinhos de todo sabor

Nas árvores, os macacos fazem anarquias
Das estripulias, faz o solitário pescador sorrir                  33  
O Gavião, perto voa, de olho na sua isca
Doidinho, pra num rasante, unhá-la e engolir

No rio ele vê milhares de Patos Biguás  
Que se alimentam de peixes, mergulhando                       34
E se espantam, batendo asas em revoada                           
Quando a canoa, devagar vai passando

Nos altos das Palmeiras vê as coloridas Araras  
E milhares de avezinhas no céu revoando                         35
Inda ouve o cantar encantado dos pássaros
Por entre os recantos da floresta, ecoando

Pescador que a natureza respeita e preserva 
Naquilo que ele pode e lhe condiz                                      36
O meio ambiente é mesmo sua vida
E nesse sossegado habitat, ele vive feliz

  
É preservado da correria do dia a dia
Longe da violência e da ganância influente                      37
Seu prazer é pescar e o gostoso Tereré tomar
Comungando harmonias pra sua mente

Nas diárias pescarias de sobrevivência
Sempre o pequeno peixe, ele solta                                      38
Pra novamente, no rio, crescer e procriar
E se pesca predatória ver, se revolta

Redes de espera dificilmente ele arma
Nem tarrafa, nem rede de arrastão                                    39
Nem espinheis  e anzóis de galho   
Nem fisga, flecha, garatéia ou arpão

O rio até parece entender o pescador
E a natureza abre pra ele caminhos                                  40
Os espécimes da fauna, já o conhece
E a amiga flora o protege dos espinhos

Entre aquelas vastas águas pantaneiras
Nas beiras os passarinhos sempre a cantar                       41 
E são de divinais colorações e beleza
Que o pescador aporta, só pra  admirar

É nos grandes poços no leito do rio
Que o grande e nobre peixe é sevado                                 42
Mas é nas corredeiras e cachoeiras  
Que se esconde o preferido Dourado

À tarde voltando pro aconchego do rancho
Na brisa fresca e contemplando o sol poente                    43
É um presente ver as aves em seus ninhais
E todo aquele ecológico paraíso à frente


Chega no rancho com seu barco lotado
Trazendo Pintados, Jaus, Pacus e Dourados                    44
Uns ele limpa e salga pra não estragar
E de outros, prepara um saboroso assado

 
O peixe Piranha que veio na sua linha
Dá uma tremenda duma caldeirada                                   45
E a Piraputanga e o Piau da um frito
Uma saborosa delicia, pra ser degustada

Nos dias chuvosos ou em noites sombrias
Sua pequena traia vai logo arrumar                                   46
A rede que o grande peixe estourou
E a chumbada e o anzol, encastoar

Fica contente se a pescaria foi boa
Mas certamente pra ele foi cansativa                                  47
Quase não reclama e não adoece
Pois respira os aromas das plantas nativas

Esta é sua eterna e divertida rotina 
Levanta e vai pro rio, na canoa pescar                                48
Em dias chuvosos é só se deitar na rede
E descansar, escutando o gostoso chuá

 
Ao Pai Criador humildemente em prece 
Agradece pelo seu peixe de cada dia                                    49
E pela sua saúde e da querida família
E sempre mais bênçãos, dos céus irradiam

Agradece pelas lagoas,  rios e florestas
E pela amiga fauna que convive diariamente                      50
E pra torrente chuva da estação nunca faltar
E que os raios do sol, sejam eterno presente

E também pelo seu chão e querido torrão
Onde as coloridas borboletas vivem a bailar                        51
E pelos majestosos Tuiuiús nos altos galhos
E as centenas de Garças nos ninhais a pernoitar

Modesto ambiente de simplicidade e beleza
Esse é seu cantinho, seu abrigo, seu lar                               52
Vez em claras noites, entre os vagalumes
Solitário, seu velho violão, toca ao luar

A fresca brisa que sopra naquele recinto
É pura delicia, pra desfrutar e se deleitar                             53
As folhagens molha, com sua fina aragem
Exalando ar puro, pro pescador respirar

Pescador de olhar sereno e calmo                                         54
Seu sofrer é sempre recompensado                            
No seu barco ou no seu aconchego
Na sua rede de descanso deitado

Com seu barco navegando ou ancorado
Jogando a linha no rio com toda leveza                                55 
Proclama a paz que o mundo recente
E une inda mais o homem à natureza

Em pescando um grande e nobre peixe
Que briga, salta, faz onda e é valente                                    56
Ao recolher o peixe fisgado ele vibra
E seus olhos brilham e sorri contentes

                           
Fala sozinho e de tão feliz alto grita 
Pelo peixão que acabou de fisgar                                          57
E ligeiro novamente isca o anzol
Pra retornar, com fé, na água jogar

Ele só não da danada da Piranha
Que com seu estoque de isca acaba                                       58
E além de espantar os cardumes
O peixe, nas redes malhado, estraga

Pescando ou arrumando suas traias
A beira do rio ele vive e se diverte                                          59
Ao remendar o estrago que fez o peixe
A decepção, em alegria se converte

O peixe do rio sempre será o seu pão
Sagrado alimento, para os filhos criar                                  60
E a floresta oferece seus naturais frutos
De exóticos sabores, pra ele degustar

Por baías e curvas do rio vai navegando
Desfrutando da  paz, pela natureza ofertada                         61
E no seu viver, cores novas vai pintando
Formando um arco-íris de cores encantadas

Ao por do sol, quando voltando pra casa
Observando milhares de Garças nos ninhais                         62
Seu coração suspira fundo e a Deus agradece
E a esperança já grande, inda cresce mais

Por ocasião do período da piracema
Quando cardumes sobem o rio pra desovar                           63
Ele só pesca o necessário pra sobrevivência
É um belo gesto, pro peixe do rio, preservar

Preserva o Dourado, Pacu, Pintado e Jau
Pro Pantanal ser eterno em grandeza                                    64
Esquece decepções, tristezas e mágoas
Diante desse colosso da mãe natureza

É zeloso em preservar o rio e cercanias
Pros filhos e netos um dia desfrutar                                       65
Ganhando o seu pão e se divertindo
E curtindo o sossego daquele belo lugar

A floresta oferece seus muitos frutos
Palmito, Guavira, Pequi e tantos mais                                  66
E embornais enche e pra casa leva
E o chá ele faz das ervas medicinais

Por entre os camalotes e aguapés
É o criadouro de iscas naturais                                             67
Tal como a Tuvira e a Piabinha  
O Caranguejo e tantos outras mais

Ele não revira, não arranca e não destrói
Sua peneira passa bem devagar                                             68
Retirando  somente o pouco que precisa
E cuida daquele habitat, pra procriar 

Vê em ocos de árvores ou de coqueiros
Os casais de Araras em seus ninhos                                       69
E os graciosos filhotes gralhando
Saudando esse amigo pescador ribeirinho

Essa é sua vida simples e energizada
É liberdade e prazer pra ele feliz  viver                                   70 
No seu olhar carrega fé e muita esperança
E sua recompensa, será ver o filho crescer

Sagrada natureza onde há vida e  beleza
Um mundo de reais sonhos pra se sonhar                              71 
Onde ali permanecerá até o dia derradeiro
Quando, por fim, aos céus Deus o chamar

 
Educando, o  filho sempre ensina
A fisgar o peixe e o rio preservar                                            72
Herança do Pai, do Tio e do Avô
Pro pão do amanhã, nunca faltar

O pantaneiro sol se pondo no horizonte
E a lua luzindo em meio ao lindo estrelar                              73
De tudo o pescador admira o encanto 
Pescando ou junto à família em seu lar

À tarde este avermelhado sol pantaneiro
Antes de no colorido horizonte se por                                     74
Estende até ele, seus raios de gratidão
Saudando esse companheiro pescador

A natureza lhe concede boa saúde
Mesmo comendo  só arroz e feijão                                           76
E um temperado e gostoso peixe assado
Misturado à farinha ou saboroso pirão

Pescar é seu lazer e seu ganha pão
Pra viver naquele mundo que o rodeia                                     77
O sol é sua diária e prazerosa companhia
E em claras noites, é a vez da lua cheia

E por vezes sob a luz do magnífico  luar
Abraça seu velho e amigo violão                                          78
E cercado pela querida esposa e filhos
Toca saudosas músicas do antigo sertão

E até os vagalumes vêm ao seu encontro
Com suas verdes luzes piscando                                           79
Iluminando as sombras da noite
Enquanto os corujões revoam, piando

Pescador que vive feliz com o pouco
E é alguém que ama a mãe natureza                                    80
As florestas, rios e campos, preserva
E trata os animais com toda delicada

 
PESCADOR PANTANEIRO DE FIM DE SEMANA 
Pescaria de rio é refugio é emoção
Pra queimar na alma as vis agonias                                     81
Onde se respira a pureza da natureza
Ouvindo, dos pássaros, suas cantorias

Perto, longe e distante se vai
Pra se estar à beira de um  rio                                               82
Curtir as benesses da natureza
E saciar o ego que está no cio

As grandes lagoas e rios pantaneiros
Por cardumes de peixes são habitados                                  83
Destacam-se os Rios Miranda, Taquari e Apa
Aquidauana, Paraguai, Negro e Alagados

Pesca-se nos remansos e corredeiras
Onde se esconde o belo Dourado                                          84
E nos poços onde a água redemoinha
Pra fisgar Pirararas, Jaús e Pintados

Curricando o nobre peixe Tucunaré
Palavriado que o pescador batizou                                        85
Arremessa-se a linha na superfície do rio
E recolhe ligeiro se o peixe abocanhou

Dias de vento ou de chuva forte
O rio, pra ele, fica em segundo plano                                    86
Se for pro rio, sabe que nada ele pesca
É só desprazer, cansaço e desengano

Se acampado é só na rede deitar
Se espreguiçar, cochilar e adormecer                                    87
Esquecer-se da rotina do árduo trabalho
E sonhar com um estiado amanhecer

Contemplando as águas do rio
Mansas e escorrendo pro mar                                                88
Apagam-se na alma as aflições
Enquanto se espera o peixe puxar

Subindo ou descendo o extenso rio 
A natureza traz visões singulares                                           89
Por entre a vasta a flora à sua volta
Revelam-se imagens espetaculares

As curvas do  rio desenham paisagens
Exóticas,  excêntricas e enfeitadas                                         91
Ao refletir nas águas as sombras das matas
Espelham-se abstratas pinturas, encantadas

Corredeiras entre decoradas pedras
Trilhas em meio à floresta intocada                                       90
Cachoeiras são um espetáculo a parte
Por flores e ramas nativas adornadas

Enquanto os Periquitos e as coloridas Araras
Fazem festa em meio às altivas palmeiras                             92
O pescador espera o grande peixe fisgar
E sua cabeça liberta-se das tantas asneiras

O subir e descer altos barrancos
E linhas enrolar e desenrolar                                                 93
Trocar e conferir dezenas de iscas
Nada supera o prazer de pescar

O desejado troféu do alegre pescador                                    94
É de um fisgar um brigador Dourado
E vê-lo saltar e saltar no meio do rio
Enquanto na linha é recolhido, fisgado

Mas uns tantos desejados nobres peixes                                95
São marcantes troféis na pesca no pantanal
O Tucunaré, Pirarara,  Jau, Pintado, Pacu
Piraputanga, Curimba,  Piranha e o Piau

 
A pescaria é bem mais divertida                                             96
Curricando pra pescar o Tucunaré
Nos Rios Paraguai, Taquari e o Negro
Miranda, São Lourenço e o Mamoré
Pra pesca nos grandes rios pantaneiros                                 97
Tem roteiros dos mais emocionantes
Embarcado, descendo ou subindo o rio
Sob a luz do luar ou do sol escaldante

À noite os amigos reunidos no acampamento                       98
A cantoria é acompanhada pelo violão
E regada por uma cervejinha gelada
A beira da fogueira é conversa e distração

E a noite é curta com tantas brincadeiras                             99
De uma mentirinha muitas risadas dão
Ou de um caso engraçado ou da piada
Contada pelo pescador mais brincalhão

 
Detalhes da pescaria são contados                                       100
Tal como: escapou um peixe grandão
Ou a linha se quebrou ou se enroscou
Quando sentiu um grande puxão

Ou sobre as iscas usadas no dia                                            101
Tal como a tuvira ou o minhocão
Massa, frutos ou as do tipo artificiais
Cada pescador tem a sua versão

 
A cabeça está no rio e na pescaria                                        102
Longe de nostalgia, sonhos ou ficção
Esquece-se até do duro trabalho
E de qualquer outra obrigação

Se vai chover ou se vai fazer sol                                            103
Esta é a maior das preocupações
A os birinaites não pode faltar
Pra calibrar as muitas emoções

Apelidos são aos montes distribuídos                                    104
Por aquele pescador mais fanfarrão
E enquanto o cozinheiro prepara o peixe
Já tratam animados da nova programação
 
Vem se somar ao prazer de pescar                                         105
A verde paisagem que é vislumbrante
Entre bandos de Capivaras e Jacarés
E Araras e Tucanos de cores vibrantes

A beira dos rios e lagoas inda se avista                                  106
As Garças brancas e os Tuiuiús gigantes
O João de Barro e os Gaviões Carcará
E milhões pássaros de cantos hilariantes

O Cervo-pantaneiro e Onças pintadas                                   107
Os Macaquinhos e as Ariranhas gritantes
Que habitam as beiradas das águas
Lugares bem arejados e refrescantes

Pescar, esperar, cansar e descansar
Momentos que exercitam a paciência                                    108
Acalmando o espírito e a alma aflita                       
E ilumina o ego cego, por consciência   

A alegria é divina e imensurável
Daquele que sente prazer em pescar                                      109
Programar com amigos a pescaria
E depois renovado pra casa voltar

Passar uns dias à beira de um grande rio                             110
Com a companheirada quase irmãos
Acampados e embarcados pescando
São momentos eternizados no coração !!


A EMOÇÃO DE FISGAR UM PEIXÃO  
Se a puxada do peixe foi forte                                                   111
E da fisgada o danado escapa
A linha, desconsolado recolhe
Enquanto, na mente, o peixão retrata

   
E enquanto briga com o peixe fisgado                                     112
Torce pro danado não escapar
E bem ligeirinho enrola a linha
Pro belo peixe, logo embarcar

Com o peixão bem fisgado                                                        113
Esperando o peixe cansar
O Pecador ansioso torce
Pra fina linha não se quebrar

Nem arrumar nenhum enrosco                                                   114
Ou o peixe em uma toca entrar
E a ponta da pequena vara
Pro firme o peso o peso  suportar

E nova isca no anzol enrosca                                                      115
Jogando na mesma direção
Esperando ligeiro mais um fisgar
Pra aumentar o prazer e a emoção

Subindo as bravas corredeiras                                                     116
Seu barco pilota com emoção
Vestido com coletes salva-vidas
É aventura que acelera o coração 
            

Mas o bom e respeitoso pescador                                              117
Tem que saber pescar e ter sorte
Ser leal ao peixe à mãe natureza 
E em preservar rios e lagoas se importe

Pescador bom de pesca                                                               118
Sabe da traia certa pra usar
E se pescou o peixe pequeno
Sabe que deve na água soltar

Embarcado na caída da cachoeira                                            119
Seu barco vira de norte a sul
Uma ancora então improvisa
Enquanto pesca um grande Jau

Então numa linha bem grossa                                                       120
E com grande anzol amarrado
Prende uma saborosa isca de peso
Pra pescar um grande Pintado

Cansados da bela empreitada                                                     121
Em fisgar o peixe mais grandão
Descendo ou subindo o extenso rio
Adocicando de prazer sua paixão

Dali nasce muitas novas histórias                                                 122
Pra em outras pescarias contar
Quando se pescou muitos peixes
Mas o grandão cismou de escapar

Muitas fotografias são tiradas                                                        123
E também vídeos são editados
Do pescador segurando o peixe
Fazendo pose e rindo emocionado  

Fatos e fotos que são inesquecíveis                                              124
Da pesca na lagoa,  rio  ou mar                              
Como um troféu num álbum se guarda
Pra toda a vida,  ver, rir  e  relembrar











domingo, 5 de outubro de 2014

POEMA: MINHA TERRA - Do Livro: "Quando Florescem os Pantanais"



Ila Monteiro Medeiros  (In Memoriam)
Do Livro: "Quando Florescem os Pantanais" 
Se todos cantam a sua terra
Também a minha quero cantar
Meu paraíso feliz, risonho
Que eternamente haverei de amar.

És tu, Bonito
Rincão querido
A minha terra
O berço meu
Aí nasci entre os teus encantos
Suprema glória que Deus me deu.

Ao teu redor
Tão lindas e calmas
Verdes colinas vem te abraçar
É nesse abraço que tu repousas
Terra querida de meu sonhar.

Quando a tardinha o sol se esconde
Lá bem ao longe . . .
Rumo às campinas
Também se escondem pelo arvoredo
As aves mansas e pequeninas.

Teus guavirais que jamais esqueço
Qual branca neve se abrindo em flor
Doces frutinhos dos verdes campos
Gentil oferta de teu amor.

As tuas grutas maravilhosas
Lembram castelos. . .
Sonhos. . .
Quimeras. . .
Que a natureza fez com carinho
Em outros tempos
Em outras eras.

Mansos riachos de minha terra
Livres !
Felizes !
Sempre a Cantar
Águas azuis alegrando os campos
Águas azuis procurando o mar.

Quintas felizes de minha terra
Aves cantando ao entardecer
Frutos maduros vergando os galhos
Rosas se abrindo ao alvorecer.

Saudosos campos de minha terra
Onde o luar se dissolve em prata
Cantar alegre das seriemas
Jaó cantando nas verdes matas.

Pelas verdes colinas abraçado
Ao canto dos riachos embalado
Tu floresces feliz, ó meu rincão amigo,
Pois tu, tens o dom das águas mansas
Junto a elas cantas teu canto de esperanças
E nesta cantiga de paz. . .
Quero cantar contigo.